Por força da decisão transitada em julgado nos autos do Processo nº 0077000-45.2009.5.10.0006, em 24 de outubro de 2011, o SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES DAS AGÊNCIAS NACIONAIS DE REGULAÇÃO - SINAGÊNCIAS foi reconhecido como ÚNICA entidade sindical com poderes de representação da categoria dos servidores das agências reguladoras federais, independentemente de seu regime funcional.

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Aprovada em comissão indicação para Anatel

Há 7 anos


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A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou nesta terça-feira

(7) o nome do advogado, indicado pelo governo, avançando mais uma etapa na indicação de Emmanoel Campelo de Souza Pereira

para compor o Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações

(Anatel), na vaga de Igor Vilas Boas de Freitas. Foram 18 votos a favor e 1contra.


Durante a sabatina, Campelo esclareceu

que nunca atuou como advogado em defesa da companhia Oi ou de outra

empresa de telefonia. A explicação foi dada em razão de notícias que

apontaram que Campelo foi indicado pelo juízo da Recuperação Judicial da

Oi para compor o painel de mediação junto à  Anatel. A indicação foi

feita pelo administrador judicial à  época, a PwC e o escritório Wald

Advogados, e não pela Oi, o que segundo Campelo demonstra sua isenção

para assumir o cargo na Anatel.

— Minha atuação foi de absoluta

imparcialidade. O diálogo não pôde avançar. Não tenho nenhuma vinculação

com a Oi ou outra empresa de telecomunicação. Estou em uma posição de

conforto e tranquilidade - disse.


Para o indicado, é urgente uma decisão

sobre a recuperação da Oi sob risco de um “apagão de telecomunicações”.

Ele destacou que a empresa é a fornecedora exclusiva do serviço de

telefonia e banda larga em mais de 2 mil municípios. Relator da indicação (MSF 67/2017), o

senador Eduardo Braga (PMDB-AM) disse que a solução para o problema da

OI tem que ser boa para os usuários e não pode acarretar prejuízos para a

União. Ele apontou que existe a possibilidade de uma empresa chinesa

adquirir a companhia.

— Eu não rechaçaria o investimento

externo, mas se vamos ter investimento externo na Oi, isso precisa ser

acompanhado muito de perto – comentou Campelo.


Fust

A utilização de recursos do Fundo de

Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) na ampliação do

acesso à  internet em banda larga foi defendida por Campelo durante a

sabatina. Wellington Fagundes (PR-MT) e Eduardo Braga foram alguns dos

senadores que apoiaram a ideia. Braga, anunciou inclusive a apresentação

de um projeto com esse objetivo.

— A legislação se torna rapidamente

defasada nessa área. Ela vincula o Fust à  telefonia fixa e engessa a

tendência de mercado atual que é a telefonia móvel e a banda larga

móvel. Isso faz com que até hoje apenas 1,2% do Fust tenha sido utilizado. à‰ necessária uma revisão da Lei Geral das Telecomunicações

que adeque a destinação desse fundo para a banda larga, telefonia móvel e

a interiorização, que tem que ser uma política pública - argumentou o

indicado.

Campelo também defendeu a redução da

carga tributária para o setor, o que segundo ele permitirá que as

empresas cobrem preços mais baixos pelos serviços e facilitará a

ampliação da área de cobertura.


Trajetória

Nascido em Natal em 1981, Campelo é

advogado e doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de

São Paulo (PUC-SP). à‰ sócio do escritório Erick Pereira Advogados e do

Instituto Brasileiro de Arbitragem, Mediação e Conciliação (Ibramec).

Também foi membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Os senadores da bancada potiguar

destacaram o currículo de Campelo e cumprimentaram a indicação.

Garibaldi Alves (PMDB-RN), José Agripino (DEM-RN) e Fátima Bezerra

(PT-RN) afirmaram que a trajetória de Campelo o levou a essa posição.

— Pelas funções que já exerceu, ele tranquiliza a todos nós – disse Garibaldi.


O senador Hélio José (Pros-DF) lamentou

o fato de o presidente Michel Temer não ter indicado um servidor de

carreira da Anatel para o cargo, mas disse ter votado de forma favorável

à  indicação pelo currículo de Campelo. O senador se queixou de

ex-diretores do órgão que teriam se preocupado em atender apenas os

interesses das empresas, deixando de lado os usuários.

— Eu não faria a trajetória profissional que fiz para me submeter a esse tipo de situação – respondeu o indicado.

A sabatina foi acompanhada pelos pais

de Emmanoel Campelo, o ministro do TST, Emmanoel Pereira, e a advogada

Maria Cristina Campelo de Souza Pereira.


Fonte: Agência Senado