Aprovada indicação de Dirceu Amorelli para diretoria da ANP
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Por unanimidade, a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou
nesta terça-feira (7) a indicação do engenheiro Dirceu Cardoso Amorelli
para ocupar a vaga deixada por Waldyr Barosso na diretoria da Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O processo seguirá para análise em Plenário.Pré-sal
A mudança do regime de partilha para
concessão na área do pré-sal foi um dos temas mais recorrentes nas
perguntas feitas pelos senadores durante a sabatina. A questão ganhou
força no final de outubro, quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia,
anunciou que pautaria projeto que acaba com o regime de partilha da
produção no setor de petróleo. A fala do presidente da Câmara ocorreu
í s vésperas da licitação de blocos de óleo e gás da Agência Nacional de
Petróleo, que garantiu R$ 6,15 bilhões ao caixa do governo.Pelo regime de partilha, implantado pelo governo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva após a descoberta de reservas na área do pré-sal, a
empresa contratada para explorar uma área cede parte da produção futura
ao governo e paga um valor (bônus) na assinatura do contrato. Já na
concessão, a empresa paga um bônus maior à vista ao governo, mas não
precisa compartilhar a produção futura com a União. A empresa assume o
risco de encontrar ou não petróleo - se encontrar muito petróleo, não
precisa dividir a produção com a União, apenas pagar royalties.O relator
da indicação, senador Eduardo Braga (PMDB-AM) foi o primeiro a
questionar o indicado sobre a possível mudança. Braga destacou que o
regime de partilha garante uma poupança para o futuro, a partir do Fundo
Social do Pré-sal:— A partilha faz com que possamos ter
condições e construir um fundo de investimento social e proteger a
economia brasileira. à‰ fundamental que o Brasil não abra mão de um fundo
social que nos dará recursos importantes para investimentos nas áreas
de saúde, de educação e segurança púbica, que são prioridades do povo
brasileiro – defendeu Braga ao perguntar a opinião do indicado sobre o
tema. Em resposta, o indicado frisou que
cabe à ANP apenas regular e executar o regime definido pelo governo em
conjunto com o Congresso.Experiência internacional
Já a senadora Vanessa Grazziotin
(PCdoB-AM) perguntou a Amorelli se o regime de partilha é adotado em
outros países que são grandes produtores de petróleo.Amorelli destacou que os dois modelos
apresentam vantagens e desvantagens e que o mais importante é dar
previsibilidade ao mercado:— Rússia e Noruega utilizam o modelo de
partilha quando tem conhecimento melhor da reserva. O importante é
avaliar o quanto é dado de bônus para a União. A concessão é definida
normalmente onde há mais risco. O concessionário paga um bônus maior e
depois o risco fica por sua conta. Então, em áreas em que o governo tem
menor conhecimento, a concessão é mais utilizada. Normalmente no mundo
se utiliza esses dois modelos dessa forma — explicou. Amorelli avaliou que o leilão de blocos
de óleo e gás realizado pela ANP no último dia 27 foi um sucesso e
demonstrou que o mercado dá sinais de transformação com a entrada de
novos  investimentos.Fonte: Agência Senado