Por força da decisão transitada em julgado nos autos do Processo nº 0077000-45.2009.5.10.0006, em 24 de outubro de 2011, o SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES DAS AGÊNCIAS NACIONAIS DE REGULAÇÃO - SINAGÊNCIAS foi reconhecido como ÚNICA entidade sindical com poderes de representação da categoria dos servidores das agências reguladoras federais, independentemente de seu regime funcional.

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Governo defende aprovação de lei geral das agências reguladoras

Há 7 anos


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O subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da

Casa Civil, Marcelo dos Guaranys, defendeu, nesta terça-feira (11) a

aprovação, pela Câmara, do projeto de lei geral das agências reguladoras

(PL 6621/15).

Segundo ele, o projeto é prioritário para o governo, que tem a

expectativa de vê-lo aprovado na Casa até o fim do ano. Apresentado pelo

presidente do Senado, Eunício Oliveira, o projeto (PLS 52/13) foi

aprovado pelos senadores em dezembro do ano passado, e, na Câmara, foi

criada comissão especial para analisá-lo. Mas a comissão ainda não está

em funcionamento.

O fortalecimento das agências reguladoras foi discutido em audiência

pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público

nesta terça-feira (11).

Guaranys disse que, em um momento de crise econômica, a proposta é

uma das iniciativas que podem ajudar a melhorar o ambiente de negócios

para atrair investimentos ao País. Ele observou que os dirigentes de

todas as agências foram ouvidos para a formulação do texto aprovado pelo

Senado. A ideia é uniformizar as regras para todas as agências.

Autonomia

Segundo o representante da Casa Civil, o projeto visa garantir mais

autonomia para as agências; melhorar sua capacidade decisória; aprimorar

a escolha dos dirigentes; aumentar a robustez técnica das decisões –

por exemplo, com a exigência da análise de impacto regulatório das

regras; e aprimorar a transparência e o controle social.

A proposta exige que todas as agências apresentem e encaminhem ao

Congresso Nacional plano de gestão anual. Além disso, todos os órgãos

reguladores deverão ter ouvidor.

O deputado Roberto de Lucena (PV-SP), que pediu a audiência, destacou

a importância das agências reguladoras no Brasil, e defendeu que o

projeto seja rapidamente analisado pela Câmara. Para ele, essa agenda é

primordial para o País. Lucena lembrou que as agências “regulam 70% do

PIB nacional”. Hoje existem 10 agências reguladoras no País.

Na audiência, representantes de diversas agências reguladoras

destacaram que a autonomia financeira dos órgãos, já prevista nas

legislações específicas, não vêm sendo respeitada. A chefe de gabinete

da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nara Rúbia de Souza,

disse que os contigenciamentos orçamentários significativos por parte

dos sucessivos governos prejudicam o cumprimento das atribuições pela

agência. Para ela, os recursos arrecadados pela taxa de fiscalização dos

serviços de energia elétrica não poderiam ser contigenciados.

Nara Souza observou ainda que alguns ministros, ao longo do tempo,

também não respeitaram a autonomia administrativa da Aneel. Além disso, a

agência enfrenta problemas de autonomia na gestão de pessoal.

Ação no Supremo

O vice-presidente da Comissão de Regulação da OAB-DF, Wanderson Menezes,

afirmou que o desrespeito da autonomia financeira das agências é

inconstitucional. A entidade propôs à  OAB nacional que ingresse com Ação

Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a

lei orçamentária, por conta dos cortes nos recursos que deveriam ser

repassados à s agências. A demanda será analisada pela entidade nacional.

Segundo Menezes, o contigenciamento teria sido agravado a partir de

2002 e causaria danos, por exemplo, à  fiscalização por parte das

agência. “A autonomia financeira é primordial para garantir a autonomia

de gestão”, disse. Para garantir a autonomia, ele afirmou que também é

necessária a nomeação de diretores que tenham conhecimento técnico, de

preferência do quadro da própria agência; e a não vinculação hierárquica

com qualquer instância do governo.

Diretora da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT),

Elisabeth Braga também ressaltou a importância da manutenção das taxas

de fiscalização pelas agências, sem contingenciamento por parte dos

governos. Ela salientou que, por lei, todas as agências já têm

autonomia decisória, administrativa e financeira, mas isso ainda precisa

ser “materializado”.


FONTE: Agência Câmara Notícias